Castelo Rá-Tim-Bum é uma telessérie infantojuvenil e educativa brasileira, produzida e exibida pela TV Cultura entre 9 de maio de 1994 e 24 de dezembro de 1997, totalizando 90 episódios, além de um especial exibido anualmente no Natal. É considerado um dos melhores produtos audiovisuais da história da televisão brasileira. O programa já marcou audiência média de 12 pontos, a maior de qualquer outro programa educativo da TV Cultura, atingindo até picos de 14 pontos em reprises de episódios.
Nino é um garoto de 300 anos que vive com seu tio, o Dr. Victor, um feiticeiro e cientista, e com sua tia-avó Morgana, uma feiticeira de 6.000 anos de idade. Os três moram em um castelo em algum bairro implícito na cidade de São Paulo. Aprendiz de feiticeiro, Nino nunca frequentou uma escola, por causa da idade nada comum de 300 anos. Seus pais o deixaram morando com Victor e Morgana, porque precisavam viajar numa expedição no espaço sideral, levando seus dois irmãos mais novos. Apesar de ter amigos animais sobrenaturais no Castelo, Nino, sentindo falta de amigos como ele, resolve fazer um feitiço que aprendeu com seu tio Victor, e acabou trazendo para o Castelo, três crianças que tinham acabado de sair da escola.
Livre da solidão, Nino recebe a visita dos três diariamente, além das visitas especiais de um velho amigo seu, o entregador de pizza Bongô; da charmosa repórter de TV, Penélope; da lenda folclórica Caipora; e de um ET, o Etevaldo. Para preencher o lado maligno da história, está o Dr. Abobrinha, um especulador imobiliário que deseja derrubar o Castelo e construir em seu lugar um prédio de cem andares.
Parcialmente inspirado no também educativo Rá-Tim-Bum, deu origem a uma franquia televisiva, da qual também faz parte Teatro Rá-Tim-Bum e Ilha Rá-Tim-Bum. Castelo Rá-Tim-Bum é uma criação do dramaturgo Flávio de Souza e do diretor Cao Hamburger, com roteiros de Dionísio Jacob (Tacus), Cláudia Dalla Verde, Bosco Brasil, Anna Muylaert e Mário Teixeira; além de bonecos criados por Jésus Sêda. Devido ao seu caráter educativo, a produção fez parte da parceria entre Fiesp e TV Cultura, tal como vários programas infanto-educativos da emissora. Nos créditos, é possível ver os logotipos de: Fiesp, Sesi e Senai. Embora o programa fosse voltado ao público de 3 a 8 anos em fase educacional, atingia uma massa de audiência entre 3 e 16 anos.
Castelo Rá-Tim-Bum teve o orçamento mais caro de um programa da história da TV Cultura, com os primeiros 70 episódios custando 1,2 milhões de dólares – ou 16 bilhões de cruzeiros, como era o dinheiro da época. Inicialmente, a série chamar-se-ia Castelo do Doutor Victor ou Castelo Encantado. Devido aos altos custos concluiu com 90 episódios e um especial.
Em 6 de julho de 2023, o ator Pascol da Conceição, que era amigo do dramaturgo falecido Zé Celso, contou à GloboNews que seu personagem Doutor Abobrinha foi totalmente inspirado na história da disputa do Teatro Oficina com o Grupo Silvio Santos desde a década de 1980.
Estreou em 06 de julho de 2013 na TV Globo Internacional.
Está sendo reapresentada pela TV Cultura desde 21 de junho de 2024, ocupando a faixa das 19h30 das sextas-feiras. Essa reprise é em comemoração aos 55 anos do relançamento da emissora educativa, sendo reexibida em uma versão remasterizada em 16:9 e resolução 4K. Além disso, a série também chegou a ser reprisada várias vezes na emissora entre a segunda metade dos anos 90 até a década de 2010, passando por várias faixas.
A revista em quadrinhos foi lançada pela Editora Ação e posteriormente pela Editora Camelot, esta a partir da 15ª edição. No total foram 20 números, publicados entre dezembro de 1997 e julho de 1999. Produção do estúdio Freedom Books, roteiros de Eder Araujo e Lídice Marli de Castro com desenhos de Edil Araujo.
Em 1999, foi lançado Castelo Rá-Tim-Bum, o filme, com direção de Cao Hamburger. O longa é vagamente baseado na série de televisão, sem nenhuma continuidade de enredo, com a adição de novos personagens. Os quadros educativos foram deixados de lado em favor da narrativa. A aparência do castelo foi modificada: ao invés de tradicional maquete, o Palácio dos Cedros, no bairro Ipiranga, em São Paulo, serviu de locação para as cenas externas. Nino, que era interpretado pelo adulto Cássio Scapin, passou a ser vivido pelo ator infantil Diegho Kozievitch. As demais crianças, que eram vividas por atores pré-adolescentes, foram interpretadas por crianças mais novas, dando a entender que o filme se passa cronologicamente antes da série(quando Nino era mais novo e ainda não conhecia Pedro, Biba e Zeca, que na época do filme não eram nascidos). O filme teve um orçamento total de sete milhões de reais, pouco comum para um filme infanto-juvenil brasileiro, e foi um sucesso na época tanto que foi já foi exibido diversas vezes até pela Globo tempos depois pela própria TV Cultura.
Em 2020 foi anunciado que o Castelo devia ganhar uma série animada em 2021. A estreia ocorreu em 4 de março de 2023 na TV Rá-Tim-Bum, eram sete clipes animados com canções que homenageiam os personagens Porteiro, Tap e Flap, Relógio, Mau e Godofredo, Celeste, Gato Pintado e Adelaide. As músicas foram criadas por Curumin, compositor, cantor, multi-instrumentista e produtor musical. E interpretadas por Anelis Assumpção, BNegão, entre outros. A dupla Mau e Godofredo também ganhou um novo tema, interpretado por Jair Oliveira e composto por Fábio Rouge. Os episódios estão disponíveis no Youtube do canal.
Em 24 de dezembro de 2021, a TV Cultura exibiu um especial de natal intítulado "Noite de Natal no Castelo", sendo uma animação narrada pela atriz Zezé Motta. O filme animado trouxe os personagens clássicos do programa em uma aventura de natal, com uma homenagem ao ator Sérgio Mamberti, falecido em setembro do mesmo ano, em decorrência de uma infecção pulmonar. Tio Victor teve a voz do ator Marcos Azevedo
Em 25 de fevereiro de 2023, a TV Cultura exibiu mais um especial da série, em parceria com a fabricante de biscoitos Oreo. Denominado "Castelo Rá-Tim-Bum – O Reencontro", o programa reuniu os atores que fizeram a série nos anos 90, com exceção de Luciano Amaral (que interpretou Pedro) por questões contratuais.
Em 9 de outubro de 2023, a TV Cultura estreou a primeira temporada da série centrada na bruxa Morgana (Rosi Campos) e na cobra Celeste (Álvaro Petersen). No “Castelo Rá-Tim-Bum”, Morgana já era uma contadora de histórias, no spin-off, a feiticeira relembra os eventos presenciados por ela a partir de objetos como a sandália de Aquiles, um dragão chinês ou até mesmo uma réplica do 14-bis. Foram ao ar seis episódios em 2023: A invenção do avião, Rei Midas, Cavalo de Troia, A primeira sessão de cinema, A invenção do telefone e As pirâmides do Egito. Em 8 de maio de 2024 estreou a segunda temporada, com 54 episódios, a produção vai ar de segunda a sexta, na faixa do Quintal da Cultura, às 11h40 e 16h25, e aos sábados, às 11h40. Direção de Tom Hamburger e roteiros de Henrique Moreira.
Os personagens Tíbio e Perônio retornaram em duas webséries, novamente interpretados por Flávio de Souza e Henrique Stroeter. A primeira série estreou em 8 de agosto de 2016 e falou das diversas tecnologias presentes na infraestrutura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 desenvolvidas pela GE, patrocinador oficial do evento e do programa; foram cinco episódios veiculados no Youtube da GE e na TV Cultura, que também levou ao ar uma edição especial do programa Roda Viva com os personagens em 19 de julho de 2016. A segunda foi "As aventuras de Tíbio e Perônio através do DNA", realizada pela Genera, empresa especializada em testes genéticos. A série estreou em 21 de março de 2024 no Youtube da Genera e contou com a participação do doutor em genética da USP Ricardo Di Lazzaro.
Em 2014 a TV Cultura fechou uma parceria com o Museu da Imagem e do Som (MIS), de São Paulo, para a realização de uma exposição em comemoração aos 20 anos de estreia do seriado, ficando aberta ao público entre 16 de julho e 12 de outubro. A exposição contou com a recriação de todos os cenários e objetos de cenas do castelo da forma mais fiel possível – incluindo a árvore central – e exibição dos bonecos originais e peças de roupas oficiais utilizadas pelos personagens, além de outros ambientes que traziam fotografias, reportagens e acervo visual, onde os visitantes podiam sentar e, sob o uso de fones de ouvidos, assistir entrevistas dos personagens e produção sobre o projeto.
A exposição atraiu atenção pública nacional e pessoas de diversas partes do país viajaram para vê-la, tendo um público de 2200 pessoas diariamente e uma fila de 1700 pessoas ao dia que não conseguiam comprar os ingressos esgotados. Devido a petições na internet, a exposição foi prorrogada até 4 de fevereiro de 2015. A exposição chegou ao fim com um público total de 410 mil pessoas. Apesar do alto público atingido, a TV Cultura continuou recebendo pedidos para que reabrisse a exposição e, em 2017, fechou uma parceria com o Memorial da América Latina, também em São Paulo, para realiza-la novamente entre 31 de março e 30 de junho.
O principal diferencial foi a recriação da fachada do Castelo em toda parte externa do Memorial, em proporções originais de como seria um castelo real, onde o público podia também percorrer e tirar fotos no jardim e na porta. Devido ao sucesso, a exposição foi prorrogada até novembro e, novamente, até 4 de fevereiro de 2018. Ao todo a nova edição recebeu 570 mil pessoas. Em 2018, ainda recebendo pedidos, a TV Cultura começou a avaliar a possibilidade de levar a exposição para outras cidades, sendo que entre 24 de março e 10 de junho esta foi levada para Campinas, interior paulista, onde foi instalada em menor escala no espaço de eventos do Shopping Iguatemi Campinas.
A trilha sonora da série Castelo Rá-Tim-Bum foi lançada em 17 de dezembro de 1995 pela Velas. Anos mais tarde, a trilha sonora foi relançada pela Universal Music.
Antes mesmo de completar duas semanas no ar, a série já era um sucesso de IBOPE e público. Em sua estreia, conseguiu cravar 8 pontos no Ibope, o que equivalia na época a 318.320 domicílios. Em seu 2º episódio, também repetiu a mesma façanha. Sua estreia significou um aumento de 50% de audiência na faixa, já que o seu antecessor no horário, o infantil Glub-Glub, registrava de 3 a 4 pontos na audiência (aproximadamente 198 mil residências sintonizadas na época). O SBT, que no mesmo horário, com o extinto TJ Brasil, ocupava a vice-liderança com médias de 11 pontos no horário (437. 690 residências), viu sua hegemonia ser abalada, já que exatamente 1 semana depois de sua estreia o infantil da Cultura chegou a dois dígitos e registrou 10 pontos, segundo o DataIbope, dobrando em quase três vezes a audiência das 19h a 19h30 da época.
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