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Marieta Severo


Marieta Severo


Marieta Severo da Costa OMC (Rio de Janeiro, 2 de novembro de 1946) é uma atriz, roteirista e produtora teatral brasileira. Ela é conhecida pelos diversos trabalhos no cinema, televisão e teatro, sendo uma das atrizes mais premiadas do país, já tendo ganhado quatro estatuetas da APCA, três Prêmios Guarani, um Kikito, dois prêmios Shell e dois Molières, além de receber duas indicações ao Grande Otelo. Em 2012, foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural por sua contribuição à cultura nacional.

Marieta iniciou sua carreira teatral em 1965 e estreou na televisão no ano seguinte, na telenovela O Sheik de Agadir, exibida pela Rede Globo. A partir daí, atuou em diversas telenovelas e programas da emissora - sobretudo interpretando vilãs em telenovelas como Vereda Tropical (1984–85), Deus Nos Acuda (1992), Laços de Família (2000–01), Verdades Secretas (2015) e O Outro Lado do Paraíso (2017–18). Ela também ficou conhecida por interpretar a divertida Irene "Dona Nenê" Silva no seriado A Grande Família (2001–14), papel que lhe rendeu diversos prêmios e elogios da crítica e público. No cinema atuou em diversas produções, como Com Licença, Eu Vou à Luta (1986), O Corpo, Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995), Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme (1999), As Três Marias, A Dona da História (2004), Cazuza - O Tempo Não Para (2004), e Vendo ou Alugo (2013), A Voz do Silêncio (2018) e Noites de Alface (2021).

Foi casada por 33 anos com o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, com quem teve três filhas: Sílvia, Helena, e Luísa. Em 2005, fundou, ao lado da amiga Andrea Beltrão, o Teatro Poeira no Rio de Janeiro.

Família e educação

Descendente remota de portugueses do arquipélago dos açorianos, Marieta Severo nasceu em 2 de novembro de 1946, no Rio de Janeiro. Só foi registrada no dia 3, pois seu pai Luís Antonio Severo da Costa não queria que houvesse comemoração no Dia dos Mortos. Filha de um advogado e de uma professora de inglês chamada Lígia Paixão, sonhava em ser bailarina e estudou balé clássico durante muitos anos, mas mantinha os pés no chão. Sem ter ninguém do meio artístico para lhe servir de exemplo na família, não pensava seriamente em seguir a carreira artística. Formou-se professora normalista no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, mas ao conhecer o Tablado, de Maria Clara Machado, decidiu investir na carreira de atriz.

Em 1964, Severo casou-se com seu primeiro namorado, o artista plástico Carlos Vergara, mas após um ano juntos, divorciaram-se. Logo depois começou um relacionamento com o compositor Chico Buarque. Casaram-se em 1966. O matrimônio de 33 anos gerou três filhas: Helena, Luísa e a atriz Sílvia Buarque. Em 1999, optaram pelo divórcio.

Após outros relacionamentos, conheceu o diretor teatral Aderbal Freire Filho, e iniciaram um namoro. Casaram-se em 2004, e até hoje estão juntos.

Em junho de 2020, Aderbal Freire Filho teve um acidente vascular cerebral (AVC). Desde então, ficou internado em um hospital do Rio de Janeiro e Marieta passou o maior tempo possível ao lado do marido. A relação matrimonial com Aderbal durou até 9 de agosto de 2023, data em que ele faleceu.

Carreira

Em 1964, Severo foi acompanhar uma amiga em um teste para uma peça e acabou sendo convidada pelo diretor Luiz Carlos Maciel para um papel no filme Society em Baby Doll. Na mesma época, estreou também no teatro com a peça Feitiços de Salém. No final do mesmo ano, pisou pela primeira vez no palco num pequeno papel em As Feiticeiras de Salém, de Arthur Miller. A protagonista da peça, Eva Wilma, a indicou para um papel na novela O Sheik de Agadir, de Glória Magadan, na recém-inaugurada TV Globo.

Na trama, então com 19 anos e em seu primeiro papel na televisão, interpretou a princesa árabe Éden, a antagonista da trama. No decorrer da história, misteriosos assassinatos vão acontecendo. A identidade do criminoso, conhecido pelo nome Rato, só foi revelada no final da trama. Para surpresa do público, o Rato era a princesa Éden, sua personagem. Em 1967, participou da novela O Homem Proibido e atuou no filme Todas as Mulheres do Mundo. Em 1968, estrelou o musical Roda Viva, que criticava abertamente o regime militar, e entrou na mira dos agentes da segurança nacional.

Época do exílio

À época dos anos de chumbo, acompanhando o marido, Chico Buarque, no lançamento de um álbum em Roma, e grávida de Sílvia, Marieta recebeu notícias de como andava a situação no Brasil e foi aconselhada a não retornar. Passou dois anos neste "autoexílio" em Roma.

Volta ao Brasil e regresso à carreira

No final de 1970, Severo voltou ao Brasil e retomou a carreira de atriz, participando da novela E Nós, Aonde Vamos?, sob a direção de Sérgio Britto, exibida pela Rede Tupi. Depois desse trabalho, afastou-se da televisão para se dedicar às três filhas, e também aos projetos de teatro e cinema. Em 1978, atuou no filme Chuvas de Verão e na peça Ópera do Malandro. Em 1979 esteve em cartaz com o longa Bye Bye Brasil.

Em 1983, após 18 anos, Severo voltou à TV Globo e trabalhou em duas produções da emissora: a minissérie Bandidos da Falange e a novela Champagne, onde interpretou a frágil Dinah, mulher hostilizada pelo marido machista Zé Brandão, vivido por Jorge Dória. Demorou a se firmar como intérprete de televisão. Após a estreia em 1966, só se consagraria no meio, a partir dos anos 1980, vivendo personagens como a vilã Catarina de Vereda Tropical, em 1984.

Em 1985, interpretou Suzana, a ex-mulher do costureiro Ariclenes, de Luis Gustavo, com quem vivia uma relação de amor e ódio, rendendo cenas hilárias à novela Ti Ti Ti. Em 1986, foi agraciada com o prêmio de melhor atriz pelo Festival de Gramado, pela sua atuação no filme Com Licença, Eu Vou à Luta. Em 1988, integrou o elenco do seriado Tarcísio & Glória, protagonizado por Tarcísio Meira e Glória Menezes. Depois, em 1989, encarnou a nobre e independente Madeleine de Que Rei Sou Eu?.

Em 1992, Severo mais uma vez desponta como a antagonista principal de uma novela ao dar vida a perversa secretária Elvira, a grande vilã de Deus Nos Acuda. Em 1994 fez parte do elenco da novela Pátria Minha, dando vida a vilã Loretta. Entre 1995 e 1997, participou de alguns episódios da série A Comédia da Vida Privada. Também em 1995, foi protagonista do filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil. Posteriormente, em 2000, voltou as novelas interpretando mais uma vilã, a sofisticada Alma Flora, de Laços de Família, personagem que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

No filme As Três Marias, de 2002, Severo faz uma mulher forte que tem seu marido e dois filhos brutalmente assassinados. Ela convoca então as três filhas para cada uma delas procurar um matador e vingar o pai. Foi nesse ano, que a atriz recebeu o prêmio Oscarito, do Festival de Gramado, pelos 37 anos de carreira dedicados ao cinema brasileiro. Em seguida, no ano de 2004, filmou Cazuza - O Tempo Não Para, onde interpretou Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza. Também em 2004, protagonizou o longa A Dona da História, baseado na peça de João Falcão.

Dona Nenê

De 2001 a 2014, Severo trabalhou no seriado A Grande Família, exibido pela Rede Globo, no qual interpretou a dona-de-casa Dona Nenê, ao lado de Marco Nanini.

Teatro Poeira

Em 2005, ao lado da amiga Andréa Beltrão, Severo inaugurou o Teatro Poeira, em Botafogo, Rio de Janeiro. O empreendimento era um sonho antigo das atrizes. Em 2007, as duas estrearam o espetáculo As Centenárias e, no mesmo ano, estavam na versão cinematográfica de A Grande Família.

Fim da Grande Família e regresso às novelas

Severo foi convidada para interpretar a presidente Dilma Rousseff no filme homônimo baseado na obra A 1ª Presidenta, do escritor e jornalista Helder Caldeira, que seria rodado em 2012, mas recusou o convite alegando outros compromissos profissionais. Em 2015, voltou as novelas para interpretar a cafetina Fanny Richard, a vilã da novela Verdades Secretas. Por sua atuação venceu o Prêmio Extra de Televisão, na categoria de melhor atriz. Em 2017, voltou ao horário nobre, retornando sua parceria com Walcyr Carrasco e interpretando a diabólica vilã Sophia, a matriarca autoritária e grande vilã em O Outro Lado do Paraíso. Em 2020, retornaria ao horário nobre, integrada no elenco do folhetim de Lícia Manzo, intitulado Um Lugar ao Sol, onde interpreta a avó da protagonista Lara (Andreia Horta). A produção foi, contudo, interrompida por conta da pandemia de COVID-19 e só estreou em novembro de 2021.

Filmografia

Televisão

Cinema

Internet

Teatro

Prêmios e indicações

Severo é reconhecida pela crítica como uma das mais competentes atrizes em todos os segmentos de atuação: o palco, o cinema e a TV. Segundo o diretor Newton Moreno: "Ela se tornou um fomento para uma nova dramaturgia nacional, encomendando ou dando visibilidade a muitos textos. Assim, nestes 50 anos [de carreira], Marieta ajudou o Brasil a se ver em cena. Seja um Brasil suburbano, periférico, sertanejo, trágico ou festivo."

Referências

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Ligações externas

  • Marieta Severo em Memória Globo


Text submitted to CC-BY-SA license. Source: Marieta Severo by Wikipedia (Historical)