Aller au contenu principal

Sônia Braga


Sônia Braga


Sônia Maria Campos Braga (Maringá, 8 de junho de 1950) é uma atriz, cantora, apresentadora e produtora brasileira, naturalizada estadunidense. Após construir uma carreira bem sucedida no Brasil, mudou-se para o exterior onde se destacou no mercado internacional, tendo sido indicada aos prêmios Golden Globes, BAFTA, e Emmy.

Iniciou a carreira em meados dos anos 1960, tendo participado da primeira montagem brasileira do musical Hair, em 1968. No início dos anos 1970, foi contratada pela TV Globo, tendo atuado simultaneamente na telenovela Selva de Pedra e no programa infantil Vila Sésamo, ambos de 1972. No entanto, foi a partir de 1975 que Braga ganhou destaque na mídia e foi alçada ao posto de sex symbol ao interpretar a mocinha Gabriela na telenovela homônima de grande sucesso; papel que viria a interpretar novamente na versão cinematográfica da obra de Jorge Amado em 1983. Em 1976, voltou a interpretar uma heroína de Amado no filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, uma das maiores bilheterias do cinema brasileiro e que lhe rendeu uma indicação ao prêmio BAFTA na estreia britânica do longa em 1981. Pela terceira vez, voltou a trabalhar com Amado, novamente nos cinemas, em Tieta do Agreste, interpretado o papel-título. Sua marcante interpretação como a mocinha Júlia na telenovela Dancin' Days (1978) fechou a década de 1970, definido-a como uma das principais atrizes do cenário nacional.

No entanto, no início dos anos 1980, Braga sentiu que o mercado brasileiro estava ficando limitado demais para ela, e decidiu buscar novos ares em Hollywood, ganhando o respeito da crítica e do público americano com suas atuações no filmes O Beijo da Mulher Aranha (1985) e Luar sobe Parador (1988). Braga também fez participações em programas e séries estadunidenses, como The Cosby Show, Sex and the City e CSI: Miami.

Em 2016, estrelou o filme Aquarius do diretor Kleber Mendonça Filho. O longa-metragem foi bem recebido pelo público e crítica, e foi indicado ao Prêmio César de melhor filme estrangeiro. Ela voltou a trabalhar com Mendonça no thriller de ficção científica Bacurau (2019). Em 2020, o The New York Times a classificou em 24º lugar em sua lista dos 25 maiores atores do século XXI.

Biografia

Infância

Sônia Braga nasceu em 8 de junho de 1950, filha de Hélio Fernando Ferraz Braga e Maria Braga Jaci Campos, figurinista natural de Maringá, é irmã de Júlio, Ana, Hélio e Maria. É tia de Alice Braga, também atriz. Os pais e seus quatro irmãos se mudaram para Curitiba e depois para Campinas, São Paulo. Quando Braga tinha 8 anos seu pai faleceu, e ela se mudou para uma escola de convento na cidade de São Paulo. Na sua adolescência, conseguiu um emprego no tradicional Buffet Torres como recepcionista e datilografava orçamentos.

Vida pessoal

Na década de 1970, Sônia Braga foi casada com ator Arduíno Colassanti, os dois se conheceram durante as filmagens do filme Mestiça, a Escrava Indomável (1973). Nessa época eles moravam num veleiro chamado "Gaivota" que ficava ancorado em Paraty. Após a separação, namorou por alguns anos Caetano Veloso no final dos anos 1970. Veloso depois escreveu as músicas “Tigresa” e “Trem das Cores” para ela. Seu segundo casamento nos anos 80 foi com o fotógrafo Antonio Guerreiro. Seu último relacionamento amoroso conhecido do público foi com o guitarrista Mark Lambert, que durou dois anos e acabou em 1996.

Desde 1990 vive em Nova York, onde atua em peças teatrais e no cinema. Por essa razão, obteve sua naturalização. A atriz, desde então, para visitar a família e os amigos, divide-se entre Brasil e Estados Unidos. Quando vem ao seu país, Sônia passa algumas temporadas em seu apartamento na zona sul carioca, ou em sua casa de praia em Niterói.

Em agosto de 2016, Braga revelou nunca ter tido vontade de ter filhos, sempre apreciou sua liberdade e poder se desenvolver profissionalmente sem impedimentos. Admitiu em uma entrevista a revista Elle ter feito quatro abortos, o primeiro deles após sua primeira relação sexual, aos 17 anos, onde teve uma grave hemorragia, contando na entrevista que se não tivesse um médico de confiança, poderia ter morrido devido a infecção uterina que a acometeu na época. A atriz levanta a bandeira da legalização do direito da mulher de interromper gestações não desejadas. Em uma reportagem, revelou: “Crime é o aborto não ser legal no Brasil. Não pode ter restrição. Pelo contrário. Tem que educar e facilitar isso para as mulheres. Já conseguiram fazer a delegacia da mulher. Agora tem que cuidar da saúde delas”.

Carreira

Carreira no Brasil

Aos 14 anos, Braga foi convidada pelo diretor Vicente Sesso para fazer teleteatros e programas infanto-juvenis no programa Jardim Encantado. Depois disso, ela se integrou num grupo teatral que se apresentava na região do ABC Paulista. Aos 17 anos, estreou na peça O Marido Confundido - George Dandin em Santo André. Em 1968, aos 18 anos, participou da montagem brasileira de Hair, onde causou escândalo ao aparecer em cena nua. Além disso, ela também atuou no teatro infantil, como na peça de 1979, No País dos Prequetés.

Ainda em 1968, Braga participaria do filme O Bandido da Luz Vermelha, e no início dos anos 70, apareceu em papéis coadjuvantes em filmes como A Moreninha (1970) e Cléo e Daniel (1970). No ano seguinte, foi escalada para atuar em A Menina do Veleiro Azul (1969), de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior, mas a emissora fechou antes de a novela ir ao ar. Foi convidada, então, para fazer Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair, na Rede Globo. Nos anos seguintes, trabalhou em outras duas novelas da autora: em Selva de Pedra (1972), no papel de Flávia, e em Fogo sobre Terra (1974), como Brisa. Braga ainda participou da versão brasileira de Sesame Street, chamada Vila Sésamo,5 no início da década de 1970.

A carreira de Sônia Braga ganhou novas conotações em 1975 ao protagonizar a telenovela Gabriela. No papel-título, Braga "tomou o Brasil, tornando-se um nome conhecido", como observou Sue Branford e David Treece para o jornal britânico The Guardian. A telenovela baseada na obra de um dos mais conhecidos escritores brasileiros, Jorge Amado, atingiu uma das maiores audiências em sua época, uma média de 25 milhões de pessoas. A personagem logo a levou a estrelar outra história de Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos (1977), uma das maiores bilheterias do cinema brasileiro de todos os tempos. Dirigido por Bruno Barreto, Dona Flor conta a história de uma jovem viúva que perde seu marido Vadinho - interpretado por José Wilker - e logo se casa de novo, com o recatado e pacífico farmacêutico da cidade, Dr. Teodoro Madureira (Mauro Mendonça). Com saudades do antigo marido que apesar dos defeitos era um ótimo amante, acaba causando o retorno dele em espírito, que só ela vê. O sucesso da comédia ajudou a lançar o nome de Braga em nível internacional, e também chamou a atenção favorável para o cinema brasileiro em geral.

Suas personagens em Tieta do Agreste e Saramandaia ajudaram ela a manter seu posto de sex symbol. Em 1978, estrelou como Julia Matos a novela Dancin' Days. Escrita por Gilberto Braga, sua personagem é uma ex-presidiária que tenta reconquistar o amor de sua filha.

Em 1981, com Eu Te Amo, filme dirigido por Arnaldo Jabor, Braga venceu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado. Neste ponto de sua carreira, Braga era anunciada como a próxima grande estrela sensual do cinema internacional, aos passos de Sophia Loren. Os relatos da imprensa ligando seu nome a romances com seus colegas de elenco ou diretores só aumentava o fascínio sobre ela; tais rumores cercaram a produção de um remake de Gabriela para o cinema em 1983 com o galã italiano Marcello Mastroianni.

Estrelato internacional

Sônia Braga alcançou reconhecimento internacional por seu papel em O Beijo da Mulher Aranha de 1985, filme do argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco, baseado em um romance de Manuel Puig, que se tornou um dos lançamentos mais aclamados desse ano, a atriz coestrelou ao lado de William Hurt, que venceu o Oscar de melhor ator. O filme foi descrito como "tenso, carregado de energia intelectual e espirituosa com o humor negro de desespero", bem como "hipnotizante" pelo crítico da revista People, Ralph Novak. O sucesso do filme surpreendeu Braga, que admitiu ao jornalista do Los Angeles Times, Roderick Mann, ter se sentido desconfortável com seu primeiro papel falado em inglês, "às vezes, eu dizia uma fala e me perguntava: O que significa isso?, agora me sinto muito mais segura".

Em 1987, Braga tornou-se a primeira brasileira a apresentar uma categoria no Oscar, ao lado do astro Michael Douglas, com apenas 36 anos. Os aplausos e críticas logo a levaram a aparecer em mais dois grandes papéis em Hollywood, ambos lançados em 1988: Rebelião em Milagro, dirigido por Robert Redford, e na comédia, Luar sobre Parador, no qual foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante em 1989. Ela assumiu os personagens coadjuvantes em The Rookie ao lado de Clint Eastwood e Charlie Sheen, e em inúmeros telefilmes e minisséries. No entanto, mesmo como coadjuvante Braga conseguiu ser nomeada a dois Globos de Ouro e um Emmy Award, este último por seu papel em Amazônia em Chamas, um telefilme produzido pela HBO em 1994, que conta a história de vida do seringueiro acreano Chico Mendes.

Ela também foi indicada ao prêmio Bravo do National Council of La Raza em 1995, por seu papel na minissérie Streets of Laredo, exibida pela rede de televisão CBS. Nesse mesmo ano, o diretor Nicolas Roeg a convidou para o papel principal no filme Two Deaths ao lado de Patrick Malahide. Em 1996, atuou em Tieta do Agreste, um filme baseado no romance homônimo de Jorge Amado, com direção de Cacá Diegues. A história se passa em uma aldeia pobre no estado da Bahia, Tieta retorna a sua terra natal, a pequena Santana do Agreste, após 25 anos de ausência. Sua volta causa certa apreensão na família, uma vez que Tieta saíra escorraçada pelo pai Zé Esteves, movido pelas intrigas de Perpétua, sua irmã mais velha. O crítico Kevin Thomas, do Los Angeles Times, declarou: "A beleza sensual de Braga e a paixão ardente são perfeitos para a corajosa mas emocionalmente marcada Tieta".

Nos anos 2000, participou em vários programas e séries estadunidenses como: Sex and the City (2001), Law & Order (2003), Ghost Whisperer, CSI: Miami (2005) e no seriado American Family, que retrata uma família latina em uma grande cidade americana, a série foi ao ar pela rede PBS. Em 2001, Braga participou do elenco de Angel Eyes, no papel de Josephine Pogue, mãe de Sharon Pogue interpretada por Jennifer Lopez.

Depois de quase 20 anos sem participação na televisão brasileira, ela fez uma participação especial na telenovela Força de um Desejo (1999). Em 2006, voltou a trabalhar em Páginas da Vida de Manoel Carlos, onde interpretou uma escultora internacionalmente reconhecida. Depois ela protagonizou o episódio "A Adúltera da Urca" da série As Cariocas em 2010, e participou da série Tapas & Beijos em 2011.

Atualmente

Braga participou da sexta temporada da série de TV Royal Pains, recentemente a Marvel confirmou seu nome no elenco de Marvel's Luke Cage. Em 2016, ela estrelou o filme brasileiro Aquarius do diretor Kleber Mendonça Filho. Por sua performance no filme, Braga venceu os prêmios de atuação feminina em diversos festivais de cinema do mundo, entre eles o Festival Biarritz Amérique Latine, na França e Festival de Cinema de Lima, no Peru. Além disso, ela foi eleita a melhor atriz pelos críticos de San Diego, desbancando atrizes como Emma Stone, Annette Bening e Natalie Portman.

Em 2017, Braga foi anunciada como integrante do júri da 33ª edição do Sundance Film Festival, que aconteceu em Park City, Utah, Estados Unidos. No mesmo ano foi homenageada no festival La Orquídea, o maior do Equador. Ainda em 2017, ela desempenhou o papel de mãe de Julia Roberts na adaptação cinematográfica do livro Extraordinário, e foi homenageada no festival Cinélatino 2018, de Toulouse, no sudoeste da França. Braga repetiu a parceira com o cineasta Kleber Mendonça Filho em Bacurau, vencedor do prêmio do Júri do Festival de Cannes de 2019. No filme, ela interpreta Domingas uma médica de um pequeno povoado do Nordeste. O filme foi bem recebido pelo público e crítica, e foi premiado como melhor longa-metragem internacional no Festival de Cinema de Munique.

Em 2020, interpretou o papel de Irmã Lucia no filme Fatima, dirigido por Marco Pontecorvo. Em novembro do mesmo ano, Braga apareceu na lista com os 25 melhores atores do século XXI, publicada pelo jornal New York Times. Em novembro de 2023, Braga foi anunciada no elenco do filme de terror sobrenatural The First Omen dirigido por Arkasha Stevenson. Trata-se de uma prequela do clássico filme de terror de 1976, The Omen.

Filmografia

Cinema

Televisão

Teatro

Prêmios e indicações

Referências

Giuseppe Zanotti Luxury Sneakers

Ligações externas

  • Sônia Braga. no IMDb.
  • «Sônia Braga em Memória Globo» 


Text submitted to CC-BY-SA license. Source: Sônia Braga by Wikipedia (Historical)


ghbass